quarta-feira, março 08, 2006

COMO SURGIU A FOTOGRAFIA

um pouco de história...


Durante muito tempo, alguns escritos reverenciaram o francês Louis Daguerre como o "inventor" ou descobridor da fotografia, ou seja, aquele que primeiro produziu uma imagem fixa pela ação direta da luz. Diz a história que, em 1835, ao fazer pesquisa em seu laboratório, Daguerre estava manipulando uma chapa revestida com prata e sensibilizada com iodeto de prata, que não apresentava nenhum vestígio de imagem. No dia seguinte, a chapa, misteriosamente, revelava formas difusas. Estava criada uma lenda: o vapor de mercúrio proveniente de um termômetro quebrado teria sido o misterioso agente revelador.

Rapidamente, Daguerre aprimorou o processo, passando a utilizar chapas de cobre sensibilizadas com prata e tratadas com vapores de iodo. O revelador era o mesmo mercúrio aquecido e o fixador, uma solução de sal de cozinha. Já em 1839, sua invenção, batizada de daguerreótipo - nome pelo qual a fotografia foi conhecida durante décadas - foi vendida ao governo francês em troca de uma polpuda pensão vitalícia.
Daguerre, mais do que um competente pesquisador, era um hábil comerciante. Provavelmente, a lenda do acaso na descoberta do revelador foi apenas uma jogada de marketing. Sem dúvida, Daguerre vinha trabalhando na idéia há muito tempo, acompanhando de perto, desde 1929, seu sócio na pesquisa da heliografia (gravação através da luz): Joseph Nicéphore Niépce, este sim o primeiro a obter uma verdadeira fotografia.

Ao contrário de seu colega, Niépce era arredio, de poucas falas, compenetrado na invenção de aparelhos técnicos e na idéia de produzir imagens por processos mecânicos através da ação da luz. O apego à produção de imagens começou com a litografia em 1813, curiosamente uma atividade ligada às artes, outra das áreas dominadas por Daguerre, talentoso pintor e desenhista de cenários.
Em 1816, Niépce iniciou os estudos com a heliografia. Só dez anos depois conseguiu chegar à primeira imagem inalterável: uma vista descortinada da janela do sótão de sua casa. Os resultados, porém, não foram nada auspiciosos. Utilizando verniz de asfalto sobre vidro e uma mistura de óleos fixadores, o processo não era muito prático para se popularizar. Daí os méritos inegáveis de Daguerre. Seus experimentos podiam ser repetidos sem grandes dificuldades por qualquer pessoa e o resultado era melhor. O primeiro daguerreótipo foi obtido dois anos após a morte de Niépce, mas, sem suas descobertas, talvez não tivesse acontecido .


Talbot, o Princípio do Negativo

Outros dois nomes devem ser lembrados na história daquilo que se entende hoje por fotografia. Daguerre e outros continuaram a aperfeiçoar as chapas sensíveis, os materiais de revelação e fixação e até mesmo as objetivas. Mas foi uma invenção de Josej Petzval, matemático húngaro, que libertou os primeiros fotógrafos dos absurdos tempos de exposição, que chegavam à 30 minutos nos primórdios: uma lente dupla, formada por componentes distintos, com abertura f 3.6, trinta vezes mais rápida do que as tradicionais lentes Chevalier, adotadas até então.






Mesmo assim, o invento não resolvia o problema final para a total popularização da fotografia: a reprodução, pois todos os processos produziam um só positivo. Foi o inglês Fox Talbot que resolveu a pendenga, ao criar o sistema para reprodução infindável de uma imagem fotográfica a partir da chapa exposta, o negativo. Isto ocorreu na década de 40 do Século XIX. De lá para cá, todas as demais invenções foram aperfeiçoamentos de um mesmo sistema. Outra revolução igual só aconteceria com o advento da câmara digital.


http://www.fujifilm.com.br/comunidade/historia.asp